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Saiba mais sobre alergias alimentares em cavalos, reforço do sistema imunitário, e muitos outros temas, neste separador.
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Cavalo obeso – Como devo alimentar?
A utilização crescente do cavalo do ponto de vista desportivo tornou necessário maiores cuidados com a sua alimentação e uma maior vigilância da condição corporal que apresenta. Atualmente, aos problemas comuns de perda de condição corporal, somam-se problemas relacionados com excesso de peso.
Impacto na saúde e performance do cavalo
O excesso de peso e a obesidade são identificados tanto em cavalos de lazer como em cavalos de competição, de uma forma transversal, nas diferentes modalidades equestres.
Culturalmente, valoriza-se ainda um cavalo “redondo”, contudo, a obesidade não é de todo desejável apresentando um impacto significativo na saúde e performance desportiva do cavalo.
O excesso de peso é responsável por um aumento de pressão nos sistemas respiratório e cardiovascular, bem como pela sobrecarga nas estruturas articulares e ligamentosas, predispondo o cavalo ao aparecimento de lesões e ao agravamento de lesões preexistentes. Cavalos obesos apresentam ainda maior predisposição para o desenvolvimento de Síndrome Metabólica Equina ou Laminites.
A obesidade é também prejudicial para a termorregulação, predispondo o cavalo ao sobreaquecimento e desidratação durante a prática desportiva, o que não só é prejudicial para a sua saúde, como contribui também para a perda de performance. É bastante comum animais obesos apresentarem menor tolerância ao exercício físico.
Como identificar e controlar o excesso de peso
O primeiro ponto a considerar deverá ser a pesagem e a avaliação da condição corporal do cavalo. Em cavalos obesos, a perda de peso deverá ser um objetivo. Com esse intuito, devemos atuar ao nível da dieta e no exercício físico, restringindo o fornecimento calórico por parte da dieta e aumentando o gasto calórico através do aumento do exercício físico.
De uma forma geral, cavalos em boa forma física ingerem cerca de 2% do peso vivo em alimento, considerando o alimento forrageiro e o alimento complementar. Quando é necessário controlar o peso do cavalo, devemos considerar uma ingestão de 1.5% do peso vivo do cavalo. Este processo de redução de alimento deverá, à semelhança da perda de peso, ser gradual.
Numa primeira fase reduz-se o alimento concentrado à base de cereais (“ração”), sendo que este poderá mesmo vir a ser removido por completo. As necessidades em nutrientes, particularmente em lisina (aminoácido limitante no cavalo), vitaminas e minerais deverão ser supridas. A escolha do alimento deve recair sobre um que aporte esses nutrientes com um baixo valor calórico ( “balanceadores”). Em alternativa, a componente forrageira pode ser complementada por um suplemento à base de minerais e vitaminas.
BALANCE
MULTIVIT
Uma vez que globalmente haverá uma diminuição do alimento fornecido, é expectável uma diminuição do tempo de ingestão e mastigação. Por forma a minimizar essa diminuição e riscos associados (nomeadamente de ulceração gástrica), devemos utilizar estratégias para maximizar o tempo de ingestão, como por exemplo disponibilizar o alimento forrageiro em redes de malha fina. A forragem deverá, também, ser pesada e administrada de acordo com o estipulado.
A reter:
- Avaliar regularmente a condição corporal do cavalo.
- Pesar sempre os alimentos que fornece ao cavalo (feno e alimento concentrado).
- Adequar o alimento fornecido à atividade física que o cavalo desempenha.
- Ponderar complementar o alimento fibroso com um alimento concentrado com baixa densidade calórica e fonte de proteínas, vitaminas e minerais (BALANCE).
- Tentar prolongar ao máximo o tempo de ingestão e mastigação do cavalo.
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Pónei de desporto – Como devo alimentar?
Do ponto de vista desportivo, um pónei é considerado pela FEI como “um cavalo pequeno que, medido numa superfície plana, não exceda 148 cm de altura sem ferraduras ou 149 cm devidamente ferrado”. Esta definição desportiva é vasta, incluindo cavalos de pequena estatura, bem como póneis de raça determinada (por exemplo o Shetland).
Ignorando as diferenças fenotípicas características dos póneis, o que os diferencia dos cavalos do ponto de vista alimentar?
Embora o sistema digestivo de um pónei seja idêntico ao de qualquer outro equino, há algumas particularidades a considerar. Durante o processo evolutivo, os póneis adaptaram-se por forma a tornar viável a sua sobrevivência em condições adversas, nomeadamente com escassez de recursos alimentares e alimentos de menor qualidade. Por esse motivo, os póneis mantêm, de forma geral, uma condição corporal adequada sem grandes recursos alimentares, sendo vulgarmente designados por easy keepers. Desta forma, uma das principais dificuldades no maneio alimentar dos póneis é fornecer-lhes os nutrientes que necessitam sem que isso acarrete um aporte calórico excessivo, com consequente aumento de peso.
De referir ainda que os póneis apresentam, quando comparados com os restantes equinos, um risco superior para desenvolver problemas como obesidade, Síndrome Metabólico e Laminites. A obesidade é, por sua vez, causa de sobrecarga articular e perda de performance. Assim, estabelecer um maneio alimentar adequado em póneis assume particular importância, bem como monitorizá-lo de forma eficiente através da avaliação da condição corporal.
Regras gerais na alimentação dos póneis
À semelhança do cavalo, um pónei deverá consumir 1 a 2% do seu peso vivo em forragem e/ ou alimento diariamente, por exemplo um pónei com cerca de 200 Kg deverá apresentar um consumo de cerca de 4 Kg de matéria seca, em feno e alimento concentrado. Dado o apetite pronunciado que apresentam e a restrição calórica que é necessária, por forma a evitar a obesidade, a pesagem do alimento e o controlo das porções administradas assume particular importância.
A forragem ingerida (feno/ erva) poderá não ser suficiente para garantir um aporte mineral e vitamínico adequado, particularmente em póneis de desporto, pelo que poderá ser necessário incluir um alimento composto complementar (“ração”) no maneio alimentar desse pónei.
Estes alimentos fornecem minerais e vitaminas necessários, contudo, promovem também o aporte de calorias. Caso esse aporte seja sustentável, considerando a atividade física do pónei, poderá ser utilizado um alimento concentrado vulgar em quantidade adequada. Em póneis que apresentam uma tendência para o ganho de peso excessivo, recomendam-se outras opções complementares.
Outras opções possíveis
Podemos utilizar um alimento balanceador, que colmatará as necessidades em lisina (aminoácido essencial limitante), em vitaminas e em minerais, com baixo aporte calórico, reduzindo o risco de obesidade. De uma forma geral, estes alimentos são extremamente concentrados, motivo pelo qual são dadas pequenas porções, sendo o aporte de hidratos de carbono não estruturais diminuto, o que torna a sua utilização segura inclusivamente em póneis com diagnóstico de síndrome metabólico ou de laminite.
BALANCE
Outra possibilidade é adicionar um complemento vitamínico e mineral ( “suplemento”) para complementar a dieta forrageira.
MULTIVIT
Uma boa sugestão é utilizar uma rede de malha fina para dar o feno. Assim conseguimos prolongar o tempo de ingestão e mastigação, permitindo que o pónei exiba um comportamento alimentar mais próximo do natural, promovendo assim uma maior sensação de saciedade e de bem-estar gástrico.
A reter:
- Os póneis apresentam tendência para a obesidade pelo que o controlo de porções e de calorias se torna particularmente importante.
- Em póneis com tendência para apresentar excesso de peso e que sejam submetidos a esforços físicos intensos, devemos complementar o feno com um balanceador ou um “suplemento” mineral e vitamínico.
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Fibra – O que são super fibras?
As pastagens ou forragens são, naturalmente, o primeiro recurso enquanto fonte de fibra na dieta do cavalo. Contudo, há alimentos que são também relevantes fontes de fibra e que apresentam uma densidade energética superior às forragens, com maior teor de fibra digerível – esses alimentos são designados por “super fibras”.
A densidade energética das “super fibras” é inferior à densidade energética dos cereais (p.e. milho, a cevada e aveia) e, dada a sua natureza fibrosa, não apresentam os riscos associados ao aporte excessivo de amido, sendo assim consideradas uma forma segura de aportar energia extra e promotora da saúde intestinal.
As “super fibras” são muitas vezes constituintes dos alimentos compostos complementares (“ração”), aportando fibra a esse alimento, sendo que apresentam uma particular expressão nos alimentos comerciais com alegações de “ricos em fibra” ou “cereal free”. Sendo que nestes últimos, na ausência dos cereais, a gordura assume também um papel de destaque no aporte energético.
São também utilizadas de forma complementar à forragem e ao alimento composto habitual, sendo particularmente úteis:
- A complementar fenos com digestibilidades baixas.
- Quando pretendemos aportar mais energia sem aumentar os níveis de amido (quando o consumo de concentrado já é significativo ou em equinos particularmente suscetíveis ao mesmo, como é o caso de equinos com Úlceras Gástricas ou predisposição a miopatias).
- Em animais com problemas dentários, como os cavalos geriátricos, dada a dificuldade que apresentam em consumir quantidades adequadas de forragem/ pastagem.
- Em cavalos com dificuldade em manter uma condição corporal adequada.
- Em cavalos submetidos a esforços prolongados (como na disciplina de endurance), beneficiam desta fonte de energia, que adicionalmente promove a retenção de água no espaço extravascular, contribuindo para que o intestino funcione como reservatório de água e eletrólitos.
- Entre outras utilizações.
“Super fibras” mais utilizadas
As “super fibras” mais utilizadas na alimentação equina são a polpa de beterraba e a casca de soja. Outros tipos de super fibras menos utilizadas são, por exemplo, as cascas de amêndoa ou a polpa cítrica, sendo que apesar de apresentarem fibra de boa digestibilidade, apresentam palatibilidade reduzida quando utilizadas nesta espécie.
Polpa de beterraba
A polpa de beterraba apresenta um teor em fibra digerível considerável (cerca de 85% da sua fibra é digerível), é pobre em amido e é considerado um alimento relativamente pobre em açúcar (cerca de 10% de açúcar). Apresenta um conteúdo em proteína variável (varia entre 8 a 12%), idêntico a uma boa forragem de gramíneas, e o teor de cálcio é relevante, embora inferior ao que encontramos, por exemplo, numa luzerna.
Apesar das vantagens que este produto apresenta, não é aconselhável que seja utilizada como substituto de forragem, mas sim de forma complementar, por ser rapidamente fermentável, por apresentar essencialmente fibra digerível e por ser relativamente pobre em outras substâncias que a forragem aporta (por exemplo, vitaminas e outros minerais).
ALFABEET
Casca de soja
A casca de soja é com frequência incorporada em alimentos concentrados para lhes aportar fibra, apresentando uma fibra de elevada digestibilidade (cerca de 75%). É menos usual o seu consumo complementar ao feno e ao alimento concentrado, sendo menos frequente a sua comercialização em granulado para cliente final e sendo menor a palatibilidade.
Outros alimentos utilizados para aportar fibra
Sêmea de trigo
A sêmea de trigo é um constituinte habitual dos alimentos concentrados. O teor em fibra desta matéria-prima não é tão elevado como se pensa, apresentando 10 a 12% de fibra bruta (por oposição a cerca de 20% na polpa de beterraba) e a sua utilização isolada, adicional ao alimento concentrado e à forragem, apresenta, alguns inconvenientes que deverão ser considerados:
- É um alimento rico em fósforo e pobre em cálcio, sendo que esta matéria-prima apresenta o rácio cálcio/ fósforo invertido (o rácio cálcio/ fósforo de um alimento para cavalos deverá ser de 1.5 a 2 para 1). Este rácio é corrigido quando a sêmea é incorporada num alimento concentrado, através da adição de cálcio. Quando a sua utilização é isolada e feita empiricamente pelos proprietários, pode contribuir para problemas ortopédicos em animais em crescimento, hiperparatiroidismo secundário nutricional, entre outros problemas.
- O teor em amido não é desprezável, variando entre os 15 e os 20%.
- A sêmea de trigo não processada termicamente é com frequência uma matéria-prima pouco “limpa” do ponto de vista microbiológico.
Luzerna
Utiliza-se ainda a luzerna como fonte de fibra de boa qualidade. Apesar do teor de fibra digerível da luzerna ser variável, à semelhança de qualquer forragem, esta é uma boa opção, apresentando um teor proteico e de cálcio significativo.
ALFALFA
WAFER
A reter:
- Fontes de fibra de elevada digestibilidade e com uma densidade energética superior às forragens são vulgarmente designadas por “super fibras”.
- A utilização das “super fibras” permite complementar fenos de baixa digestibilidade, aumentar o aporte energético sem aumentar o amido, aportar fibra a cavalos com problemas dentários, entre outras utilizações.
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Fibra – Qual a sua importância?
Estejamos a falar de cavalos de desporto ou de criação, a base de bom maneio alimentar assenta na escolha de um bom alimento forrageiro, bem como em fornecer esse alimento em quantidades adequadas. Isto porque sendo os equinos animais herbívoros, estão preparados do ponto de vista anatomofisiológico para suprir uma grande parte das suas necessidades energéticas através da digestão do alimento fibroso.
Digestão do alimento fibroso
Relativamente à digestão do alimento fibroso, esta ocorre por fermentação microbiana no ceco e cólon, com o apoio de uma microflora residente constituída por bactérias, protozoários e leveduras. Desses processos fermentativos resultam ácidos gordos voláteis (AGVs), que são absorvidos para a corrente sanguínea e convertidos em glucose, para utilização imediata, ou armazenados sob a forma de gordura, constituindo reservas energéticas para utilização futura.
A fonte forrageira deve assim ser vista como um recurso energético fundamental, mas não se cinge unicamente a este papel. A disponibilização de alimento forrageiro, em quantidade adequada ou “ad libitum”, é benéfica dos pontos de vista comportamental, gastrointestinal e nutricional.
- Comportamental
Dar alimento forrageiro é um fator essencial ao desempenho do comportamento fisiológico do equino, na medida em que permite ao equino reproduzir o seu comportamento em meio natural, proporcionando uma ingestão continuada no tempo, reduzindo os problemas comportamentais (designados por “birras”).
- Gastrointestinal
Fornecer alimento forrageiro contribui para uma adequada motilidade intestinal.
Este alimento é necessário para a manutenção de uma flora intestinal residente adequada, sendo a relação entre a microbiota intestinal e o cavalo de simbiótica (ambas as partes beneficiam). O cavalo necessita desta flora microbiana (maioritariamente composta por bactérias celulolíticas) para digerir a fibra. A fibra, por sua vez, é necessária para que essa microbiota se mantenha estável, prevenindo um desenvolvimento crescente de bactérias produtoras de ácido láctico que promovem acidez intestinal, tornando o meio mais favorável ao desenvolvimento de bactérias patogénicas como a Coli e a Salmonella.
A mastigação continuada associada ao alimento fibroso contribui para um aumento da salivação, sendo que a saliva contém naturalmente bicarbonato que atua como tampão, promovendo o aumento do pH gástrico e contribuindo para a prevenção de problemas associados à acidez gástrica, como por exemplo a Síndrome de Ulceração Gástrica Equina tão prevalente no cavalo atleta.
A fibra contribui ainda para a retenção da água a nível intestinal, sendo que o intestino grosso funciona como um importante reservatório de água, disponível para quando o equino necessita, prevenindo a desidratação e depleção de eletrólitos em esforços prolongados.
- Nutricional
O alimento fibroso para além de fonte energética é também fonte de minerais e vitaminas importantes para o cavalo. É ainda relevante enquanto substrato fermentável para a microbiota intestinal, que possui a capacidade de produzir algumas vitaminas do complexo B.
A reter:
- O alimento forrageiro é fundamental do ponto de vista energético e para a manutenção de um trato gastrointestinal saudável, devendo em quantidade corresponder a cerca de 1.5% do peso vivo do equino e constituir cerca 60% do total de alimentos fornecidos (mínimo 50%).
- Consumos insuficientes de fibra contribuem para o desenvolvimento de problemas comportamentais (“birras”), acidose intestinal, disbiose intestinal, úlceras gástricas, “cólicas”, entre outros problemas.
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Sete mitos – Alimentação de cavalos
1 – “Alimento concentrado é a base da alimentação equina, o feno é secundário.”
A forragem (pastagem, feno) deve perfazer 60 a 100 % da dieta do cavalo. Alimentos concentrados devem ser apenas fornecidos a cavalos em trabalho e/ ou competição, a éguas no último terço de gestação e em lactação e a outros cavalos que vejam as suas necessidades energéticas e proteicas acrescidas. Casos em que o feno disponível não seja, só por si, suficiente a nível de energia e nutrientes, deve ser fornecido um complemento alimentar.
Em suma, para que a alimentação seja correcta e equilibrada, estima-se que o cavalo deva ingerir diariamente cerca de 2 % do seu peso corporal em matéria seca, o que num cavalo de 500 kg representa 10 kg de matéria seca; estes 10 kg devem ser repartidos, idealmente, considerando um mínimo de 6 a 7 kg de alimento forrageiro.
WAFERS
ALFALFA
ALFABEET
2 – “Alimento concentrado rico em proteína causa excitabilidade ao meu cavalo.”
Fornecer ao cavalo uma dieta com excesso de proteína provoca, no seu corpo, uma maior produção de calor e de amoníaco, e não propriamente um comportamento excitável.
No entanto, existem estudos que revelam que uma dieta rica em hidratos de carbono não estruturais (amido e açúcares simples) está relacionada com uma potencial excitabilidade do cavalo. Assim, deve-se ter especial atenção ao fornecimento de alimentos concentrados deste género. Cavalos de temperamento excitável beneficiam de alimentos baixos em amido e açucares.
GASTRO PRO
NATURE MASH
3 – “Fornecer alimento à base de grãos de cereais provoca cólicas aos cavalos.”
O termo “cólica” refere-se a uma síndrome de dor abdominal, dor essa que pode ser causada por inúmeros factores. O trato gastrointestinal do cavalo é longo e complexo, apresentando uma grande susceptibilidade a inflamações, distensões, deslocamentos, etc. Um mau maneio alimentar pode ser causa de cólica, pelo que é importante avaliar aspectos específicos da dieta, tais como as características do alimento, o maneio alimentar, entre outros factores.
O risco de cólica aumenta com: elevado consumo de alimento concentrado (acima de 4 a 5 kg/ dia para um cavalo de 500 kg de peso vivo); acesso à pastagem restrito ou nulo; baixo consumo de alimento forrageiro (abaixo de 5 a 6 kg/ dia para um cavalo de 500 kg de peso vivo); ingestão de forragem de má qualidade; diminuição do consumo de água; entre outros factores.
4 – “A alfafa é um alimento demasiado rico para ser totalmente seguro fornecer aos cavalos.”
A alfafa contém mais proteína, energia digestível e cálcio do que os fenos de gramíneas, mas é geralmente mais pobre em açúcares solúveis. A fama da alfafa em ser “rica” pode derivar do facto de ser composta por folhas altamente nutritivas, que são mais digeríveis do que a maioria dos fenos; tal pode contribuir para favorecer problemas gastrointestinais, e até mesmo cólicas, caso sejam incluídas na dieta do cavalo muito rapidamente. Assim, é aconselhável introduzir gradualmente o feno de alfafa na dieta do cavalo para que ele se possa ambientar.
A utilização da alfafa como alimento forrageiro único é desaconselhada, sendo preferível fornecer quantidades limitadas do mesmo em simultâneo com um feno de gramíneas, evitando excessos energéticos/ proteicos ou excessos de cálcio.
A alfafa confere protecção contra o desenvolvimento de úlceras (graças ao seu efeito tampão que surge dos elevados níveis de proteína e cálcio) e, é considerada benéfica na prevenção de doenças ortopédicas do desenvolvimento (DODs) dos poldros.
WAFERS
ALFALFA
5 – “Dietas ricas em proteína causam DODs (doenças ortopédicas do desenvolvimento) nos cavalos em crescimento.”
A nutrição, o exercício físico e a genética são os principais factores que determinam o correcto e saudável desenvolvimento ósseo, apesar de serem também os que podem estar na origem de DODs.
Desequilíbrios minerais e níveis de proteína desajustados, são apontados como causadores de DODs. Fornecer ao poldro em crescimento uma alimentação com excesso de proteína (acima das necessidades proteicas), não irá aumentar a taxa de crescimento dos mesmos, tal como a restrição proteica não irá resultar num crescimento ósseo melhorado. No entanto, restringir a disponibilidade de proteína através da diminuição do consumo de ração afectará a taxa de crescimento e o desenvolvimento ósseo. Um alimento especificamente formulado para poldros é essencial.
YOUNG
6 – “Disponibilizar água a um cavalo que acabou de trabalhar e ainda está “quente” e cansado, irá causar-lhe cólica.”
Várias pesquisas têm revelado que um cavalo “quente” e suado que ingere água logo após o trabalho, não tem maior susceptibilidade em desenvolver cólicas ou laminites, face aos que só ingerem após a recuperação. Assim, é aconselhado permitir que o cavalo beba água quando sente mais sede, o que muito provavelmente acontecerá logo após o treino, e não após “arrefecer”. Fornecer água apenas após a recuperação pode resultar em menor ingestão de água mesmo que o cavalo esteja desidratado, o que é indesejável.
7 – “Questões relacionadas com o peso do cavalo estão apenas relacionadas com a forma como o mesmo é alimentado.”
Não necessariamente. Questões relacionadas com o peso do cavalo (acima ou abaixo do peso considerado ideal) podem resultar de inúmeras situações como: problemas de dentes, parasitismo, doenças sistémicas, problemas metabólicos, laminites, entre outras. Nos casos em que um cavalo aumenta/ diminui muito o seu peso corporal, deve ser consultado um veterinário e/ ou nutricionista.
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Doze alimentos – A não fornecer a cavalos
É perfeitamente natural que queiramos recompensar os nossos cavalos com “guloseimas” quando sentimos que eles merecem e, não há nenhum problema ou risco associado em fazê-lo. Ainda assim, para estarmos perfeitamente “seguros”, devemos ter consciência do que podemos e não podemos fornecer.
A dieta dos cavalos deverá ser o mais natural possível, sendo que o ideal será permitir o acesso a uma pastagem de qualidade. Tendo ou não acesso à pastagem, é essencial disponibilizar feno de qualidade e água fresca e limpa aos cavalos. Sendo que a evolução histórica dos equinos convergiu para a sua estabulação e utilização para fins desportivos, tornou-se essencial complementar a sua dieta com um alimento concentrado que lhes permitisse ver satisfeitas as acrescidas necessidades energéticas, proteicas e vitamínicas.
Alimentos a fornecer a cavalos (ocasionalmente)
Cenoura, Maça (sem caroço), Pêra (sem caroço), Melancia, Ameixa (sem caroço), Damasco (sem caroço), Melão (sem casca), Pêssego (sem caroço), Morangos, Manga, Uvas, Passas, Banana (sem casca), Ananás (sem casca), Laranja (sem casca), Aipo.
Deve-se ter sempre em atenção que o excesso de consumo de qualquer um dos alimentos acima mencionados pode desequilibrar a dieta do cavalo, bem como a sua microbiota natural, essencial para um funcionamento intestinal normal, o que não é desejável. A moderação é assim a chave para o sucesso.
Alimentos a não fornecer a cavalos
1. Chocolate – Porquê? O consumo de grandes quantidades de chocolate pode-se tornar letal para cavalos pelo facto da molécula química teobromina ser tóxica para a espécie. Em cavalos de competição, o chocolate pode inclusivamente acusar dopping.
2. Carne – Porquê? Os cavalos são animais herbívoros pelo que o seu sistema digestivo não está preparado para digerir carne. Não havendo estudos que revelem os efeitos do consumo de carne por parte dos cavalos, deve ser inviabilizado o seu fornecimento.
3. Lacticínios – Porquê? Os cavalos adultos são intolerantes lactose, pelo que fornecer queijo, leite, gelado ou iogurte, poderá contribuir para um quadro de disbiose intestinal e diarreia.
4. Pão, bolos, etc. – Porquê? Regra geral, alimentos processados para consumo humano não devem ser fornecidos a cavalos, podendo originar quadros de dor abdominal (cólica).
5. Tomate – Porquê? O tomate contém um glicoalcalóide que apresenta toxicidade na espécie equina. Este glicoalcalóide está presente nos caules e folhas da planta e, também, no fruto (particularmente quando se encontra verde). Além disso, o alimento contém atropina que pode provocar, entre outros efeitos, uma diminuição da motilidade intestinal, podendo originar cólica.
6. Alho – Porquê? O alho apresenta na sua constituição uma molécula tóxica designada por N-Propil Dissulfeto, que promove uma alteração na enzima Glucose-6-Fosfato Desidrogenase presente nos eritrócitos, reduzindo a capacidade da célula de prevenção da oxidação da hemoglobina. Como consequência, podem surgir danos oxidativos na molécula de hemoglobina. Os eritrócitos danificados são, posteriormente, removidos de circulação, verificando-se assim uma anemia por diminuição do número de glóbulos vermelhos circulante.
7. Cebola – Porquê? A cebola faz parte da família do alho, pelo que contém também N-propil dissulfeto, podendo causar de igual forma anemia. Desta família faz, também, parte o cebolinho e o alho-francês.
8. Batata – Porquê? A batata apresenta, à semelhança do tomate, um glicoalcalóide tóxico para a espécie equina designado por solanina. A ingestão deste alimento apresenta um risco superior quando se encontra “verde” ou podre.
9. Abacate – Porquê? O abacate é um alimento tóxico para cavalos bem como a árvore de onde provém, incluindo a sua casca e folhas. O abacate contém persina, uma substância derivada dos ácidos gordos presentes no alimento, que se considera como sendo a responsável pela toxicidade deste fruto. A ingestão de abacate pode provocar um batimento cardíaco irregular, dificuldades respiratórias, disfunção neurológica ou cólica, podendo mesmo culminar com a morte do cavalo.
10. Vegetais crucíferos – Porquê? Vegetais crucíferos como é exemplo o repolho, brócolos, couve-flor, couve e couve de bruxelas, não devem ser fornecidos aos cavalos devido à produção de gás associada à ingestão destes alimentos.
11. Feno com bolor ou sujidade – Para além de ser importante fornecer feno com alguma qualidade aos cavalos, é ainda relevante atender ao estado do mesmo, por forma a verificar que não contém sujidade ou bolor. Os esporos do bolor podem originar danos irreversíveis no sistema respiratório do cavalo.
12. Alimento concebido para outras espécies animais – Os cavalos não devem ser alimentados com alimentos concebidos para qualquer outra espécie animal. O que é benéfico, por exemplo, para vacas não é benéfico para cavalos podendo, em última instância, resultar na morte dos animais.
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Covid-19 – Medidas preventivas Intacol
A Intacol – Indústria Agro-Alimentares, no âmbito da infecção pelo Covid-19, definiu um conjunto de medidas preventivas que visam proteger a saúde e bem-estar dos seus colaboradores, clientes e comunidade em geral, garantindo assim o normal funcionamento das actividades da empresa.
Medidas gerais de carácter preventivo:
- Restrição de visitas a clientes ao estritamente necessário/ urgente;
- Redução do contacto entre colegas, promovendo o teletrabalho na maioria dos trabalhadores da empresa;
- Promoção do cumprimento das normas gerais da DGS por parte de todos os envolvidos (distância de segurança de pelo menos 1 metro, lavagem frequente e apropriada das mãos, utilização de equipamento de protecção, entre outras).
Actualmente, a nossa fábrica continua a trabalhar na sua total capacidade, tendo sido adoptadas as seguintes medidas preventivas:
- Serão definidas escalas para almoço, pausas e para deslocação entre edifícios na fábrica, de modo a garantir sempre a distância entre trabalhadores;
- Trabalhadores que desempenhem a mesma função serão colocados em grupos e/ou turnos distintos para minimizar a probabilidade de contágio;
- As expedições da empresa serão feitas unicamente através de transportadora;
- Não será permitida, aos motoristas de empresas externas, a circulação pela fábrica.
Assim, recomendamos que realize as suas encomendas com uma antecedência superior ao habitual, uma vez que devido à situação que vivemos, as empresas de logística podem não conseguir cumprir os prazos de entrega.
Com vista a assegurar igualmente a alimentação de todos os cavalos por nós alimentados, a Intacol não aceitará encomendas cujas quantidades excedam o habitual para 1 mês.
“Tempos extraordinários obrigam a medidas extraordinárias, mas a segurança e bem-estar dos nossos clientes e colaboradores constituem a nossa maior prioridade.”
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Covid-19 – Irá afetar o desporto equestre?
Irá o COVID-19 afetar o desporto equestre? Sim, inevitavelmente irá. No imediato, verificámos já o cancelamento de várias competições desportivas nas diferentes modalidades equestres por parte da FEI, numa tentativa de prevenir a disseminação continuada do vírus. O futuro é ainda incerto, relativamente aos eventos de qualificação para campeonatos FEI, bem como Jogos Olímpicos e Paraolímpicos.
De todas as formas, certa é a necessidade de tomarmos medidas enquanto comunidade para prevenir o risco de contágio pelo vírus, bem como o seu impacto na saúde dos membros desta comunidade, particularmente aqueles dos designados grupos de risco.
Assim sugere-se aos cavaleiros, de acordo com as recomendações da DGS e OMS, que:
– Proteja-se a si e proteja os outros deixando os cuidados do seu cavalo aos intervenientes estritamente necessários para a sua alimentação e exercício físico;
– Utilize preferencialmente picadeiros exteriores, caso não seja possível opte por espaços interiores bem ventilados;
– Cumpra o distanciamento social recomendado – afinal o seu principal parceiro é o seu cavalo! Opte por treinos/ passeios individuais; evite proximidades durante o maneio e nos períodos que antecedem e sucedem a prática;
– Sejam adotadas boas práticas de higiene, reforçando a lavagem das mãos de acordo com a técnica adequada;
– Se respeitem as regras de conduta para a higiene respiratória: cubra a boca/ nariz com um lenço ao tossir/ espirrar, descartando-o de imediato; ou, caso não disponha de lenço, utilize o ângulo do cotovelo (e não as suas mãos).
Ilustração 1 – Recomendações gerais da DGS e OMS.
Relativamente ao seu cavalo, a Intacol reforça o facto de não haver até ao momento qualquer evidência de que os animais domésticos possam contrair ou transmitir a doença provocada pelo COVID-19. Contudo, a pandemia impôs alterações às nossas rotinas que provocarão, previsivelmente, alterações na rotina e nível de atividade dos cavalos. Desta forma recomenda-se:
1.Reduzir a quantidade de alimento concentrado (ração) oferecida, privilegiando a componente forrageira (feno) da dieta;
2.Permitir alguma atividade diária (de guia ou acesso a paddock) aos equinos estabulados sem trabalho montado previsto;
3.Disponibilizar água limpa em permanência;
4.Atendendo à redução do exercício e potencial impacto sobre a motilidade intestinal do cavalo, recomenda-se que durante a higiene das camas se faça a monitorização diária das fezes (quantidade – normal/ reduzida/ aumentada, aspeto – normais/ secas/ moles) por forma a detetar precocemente alterações ao estado de saúde do cavalo.
Ilustração 2 – Recomendações práticas para a alteração da rotina e atividade dos cavalos.
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Herpes Vírus Equino – O que é e como prevenir?
O medo e a incerteza espalharam-se entre o mundo equestre na sequência de um surto de Herpes Vírus Equino (HVE) que teve início num concurso de Valência, Espanha. Vários foram os casos de cavalos infectados com esta perigosa variante do vírus, resultando em algumas fatalidades e ocorrência de novos surtos em outros países.
Como se comporta este HVE?
A variante genética de HVE que originou este surto é considerada altamente contagiosa e de difícil tratamento, sendo que afecta o sistema neurológico do cavalo. Este surto é já considerado como “provavelmente o pior na Europa em muitas décadas” por Sabrina Ibanez (secretária-geral da FEI).
Como se transmite este HVE?
Transmite-se pelo contacto directo entre cavalos através do trato respiratório, via secreções nasais. Pode, também, transmitir-se de forma indirecta por contacto com superfícies contaminadas: mãos/ roupa de humanos, equipamento, material de limpeza, meios de transporte, alimentos, etc. Embora se saiba que o vírus pode ser transmitido via aérea, é difícil estabelecer a que distância se pode transmitir.
Como prevenir a transmissão de HVE?
Este vírus pode sobreviver durante alguns dias no meio ambiente, pelo que se aconselha:
- Limpeza e desinfecção de equipamentos, superfícies e áreas comuns;
- Higienização e desinfecção frequente das mãos de quem contacta com os cavalos;
- Manter em isolamento e sob vigilância cavalos que estejam de regresso a casa;
- Minimizar/ evitar deslocações e aglomerações de cavalos.
A vacinação contra HVE pode ajudar reduzir a propagação do mesmo, embora não exclua o risco de um cavalo vacinado contrair a forma neurológica da doença, pelo que é imperativo conter a sua propagação.
É sabido que uma dieta alimentar adequada é a chave para manter qualquer cavalo saudável. Saiba como alimentar o seu cavalo para Reforçar o Sistema Imunológico, no nosso artigo.
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Sistema imunológico – Como alimentar para reforçar?
Uma dieta alimentar adequada é a chave para manter qualquer cavalo saudável, sendo que a forragem deverá ser a fracção mais importante da sua dieta. A restante fracção deve garantir a cobertura das necessidades energéticas, proteicas, vitamínicas e minerais, de cada cavalo em cada fase. Um cavalo com um sistema imunológico saudável consegue, mais fácil e eficazmente, combater uma doença, infecção ou lesão.
Cavalos em trabalho moderado a intenso
Cavalos em trabalho moderado a intenso, ou mesmo em competição, para além de terem necessidades vitamínicas e minerais superiores, podem também estar sob efeito de stress acrescido devido à intensidade do trabalho, exposição a diferentes ambientes e deslocações – O stress pode ter um impacto negativo e significativo na capacidade de combate a doenças.
Existem inúmeros alimentos concentrados especificamente formulados para estes cavalos, sendo que geralmente têm em comum um nível mais elevado de nutrientes essenciais ao sistema imunológico. Em casos mais críticos/ específicos, estes alimentos juntamente com a forragem podem não ser suficientes, sendo por vezes aconselhado complementar a dieta alimentar do cavalo.
Vitamina E
A vitamina E e o selénio são antioxidantes de excelência, o que significa que ajudam a prevenir danos nos músculos causados por radicais livres, após um trabalho mais intenso. Para além de poderoso antioxidante, o selénio é também essencial para manter o correcto funcionamento da vitamina E. Estudos recentes têm vindo a revelar que a inclusão de um suplemento de vitamina E e selénio na dieta, previne os riscos associados ao stress oxidativo promovendo uma melhoria da imunidade em animais imunodeprimidos.
VIT E+
Vitamina A, C e outros nutrientes
A vitamina A (papel importante no aumento da função dos glóbulos brancos), vitamina C (poderoso antioxidante), proteína de qualidade (reparação de tecidos e produção de enzimas e anticorpos), entre outros nutrientes, são particularmente importantes para uma boa “saúde imunológica”. Assim, a inclusão de um suplemento multivitamínico à dieta do cavalo poderá trazer inúmeras vantagens ao nível do combate e prevenção de doenças.
MULTIVIT
Em suma, a melhor forma de manter o sistema imunológico dum cavalo saudável é garantir que a sua dieta seja o mais equilibrada e adequada possível.
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Alergias alimentares em cavalos
Dum modo geral, uma reação alérgica corresponde a uma hipersensibilidade imunológica com sinais clínicos, iniciados após a exposição a um estímulo que não provoca qualquer alteração clínica num cavalo saudável.
No caso de uma alergia alimentar, a resposta imunitária desenvolve-se na sequência da ingestão de um ou mais antigénios (moléculas reconhecidas como “invasoras” por parte do sistema imunitário do equino), designados por alérgenos. Entre os alimentos descritos como potencialmente alérgenos encontramos a luzerna, a cevada, a polpa de beterraba, o trigo, etc.
“As alergias alimentares no cavalo são raras e de difícil diagnóstico, podendo ocorrer em qualquer idade.”
Sinais de alergia alimentar
As alergias alimentares no cavalo apresentam geralmente sinais dermatológicos, como a urticária não pruriginosa, prurido e/ou lesões resultantes do acto de coçar. Contudo, podem manifestar-se também através de sinais gastrointestinais.
Atendendo aos sintomas dermatológicos apresentados, devem excluir-se outras causas de doença dermatológica (dermatoses provocadas por ácaros, dermatofitose, foliculite bacteriana, etc.) e outras doenças alérgicas (alergia à picada de insectos, dermatite por contacto ou a atopia).
Diagnóstico
Actualmente, encontramos disponíveis:
- testes intradérmicos, verificando-se a reacção cutânea à inoculação de um possível alérgeno;
- e testes sanguíneos, verificando-se laboratorialmente a reacção de um anticorpo específico (IgE) a diferentes moléculas de alimentos.
A testagem intradérmica apresenta uma baixa fiabilidade e a testagem sanguínea também não é considerada uma boa opção por si só, porque:
- O alérgeno causador da alergia pode não estar incluído no painel de alérgenos (pelo que pode não ser identificado);
- Podem ocorrer reacções cruzadas, o que pode gerar falsos positivos.
Um grupo de pesquisadores (Dupond et al., 2016) concluiu mesmo que testes sanguíneos, baseados na reação da IgE, não são fiáveis para diagnóstico de alergias alimentares em equinos saudáveis.
Assim, o método de diagnóstico mais correcto passa por uma dieta de eliminação, retirando-se o alimento da dieta do cavalo (idealmente por um período de 8 a 12 semanas) e procurando evidência de melhoria do ponto de vista clínico. De uma forma geral, em equinos alérgicos verifica-se uma melhoria em 4 a 6 semanas. Estes equinos podem ser, posteriormente, submetidos a uma dieta de provocação com o intuito de confirmar o alérgeno (reintrodução controlada do alimento suspeito).
Terapêutica
Actualmente a terapêutica passa por uma correcta identificação do alérgeno alimentar e pela não ingestão do mesmo.
Nestes cavalos, recomenda-se uma observação e escolha criteriosa dos alimentos forrageiros e alimentos compostos complementares (ração e suplementos). O sucesso terapêutico dependerá do compromisso do proprietário/ equitador/ tratador em evitar os alérgenos identificados.
ALIMENTOS INTACOL
A reter:
- Embora não se disponha de números concretos, considera-se que as alergias alimentares sejam raras em equinos.
- O processo de diagnóstico de alergia alimentar deve passar por uma dieta de eliminação.
- O sucesso terapêutico passa por evitar a ingestão dos alérgenos identificados.